Taxa de desemprego baixa para 6,7% e atinge mínimo de 2004

O desemprego caiu 1,2 pontos percentuais do primeiro para o segundo trimestre. Esta queda levou a taxa de desemprego para o valor mais baixo dos últimos 14 anos.
A taxa de desemprego desceu para os 6,7% no segundo trimestre deste ano, de acordo com os dados revelados esta quarta-feira, dia 8 de Agosto, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No primeiro trimestre de 2018 a taxa de desemprego situou-se nos 7,9%.
“A taxa de desemprego do 2.º trimestre de 2018 desceu para 6,7%, correspondendo ao valor mais baixo da série iniciada no 1.º trimestre de 2011”, revela o INE. No entanto, se considerarmos a série anterior a 2011, este é o valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2004. Ou seja, de há 14 anos.
Este valor fica muito abaixo da meta anual que o Governo inscreveu no Programa de Estabilidade. No documento que actualizou em Abril, o Ministério das Finanças previa que a taxa de desemprego ficasse nos 7,6% este ano, em linha com as previsões da maior parte das instituições. Este desempenho do mercado de trabalho poderá criar uma folga orçamental, tal como o Negócios já noticiou.
De acordo com o INE, “a população desempregada, estimada em 351,8 mil pessoas, diminuiu 14,2% (menos 58,3 mil) relativamente ao trimestre anterior, prosseguindo os decréscimos trimestrais observados desde o 2.º trimestre de 2016”. E, em contrapartida, a população empregada registou um aumento trimestral de 1,4% (67,4 mil).
Estes valores trimestrais divulgados pelo INE não são ajustados de sazonalidade. Quer isto dizer que a taxa de desemprego não está ajustada do efeito “Verão” que costuma impulsionar a criação de emprego nos meses de Maio a Setembro.

Analisando os últimos segundos trimestres de cada ano é possível concluir que é exactamente nesta altura de “preparação” do Verão que o mercado de trabalho está mais activo e, por isso, a taxa de desemprego regista as maiores quedas. Este ano a queda foi de 1,2 pontos percentuais, mas em 2017 tinha sido de 1,3 p.p., em 2016 de 1,6 p.p. e em 2015 de 1,8 p.p.

Esta correlação desta queda com o Verão é indiciada pelos números do INE. De acordo com o gabinete de estatísticas, a criação de postos trabalho aconteceu principalmente em duas categorias: “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca” – um sector também com flutuação sazonal – e “serviços”. Dentro dos serviços, o destaque vai para o aumento do emprego nas actividades de alojamento, restauração e similares, que estão directamente ligadas ao turismo.

Já quanto à natureza dos contratos, a diferença foi reduzida. De Abril a Junho registaram-se mais 26,4 mil contratos sem termo ao passo que se registaram mais 25,6 mil contratos com termo, face ao primeiro trimestre deste ano.

Além disso, há a análise por regiões onde as maiores quedas foram registadas no Algarve (-2,3 pontos percentuais) e na Área Metropolitana de Lisboa (-1,4 pontos percentuais), duas das regiões mais expostas ao turismo em Portugal.

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