O grupo detido pela construtora do líder do Real Madrid abriu uma residência sénior no Areeiro, que junta à unidade em Fátima. Valença e Cascais são as próximas localizações da Clece, num investimento de 35 milhões de euros.
O grupo Clece, que é detido por Florentino Pérez, acaba de investir na abertura de uma residência sénior no centro de Lisboa, com capacidade para mais de uma centena de pessoas. O presidente do Real Madrid adiou a contratação do sportinguista Bruno Fernandes, mas para este negócio já recrutou 30 profissionais na capital portuguesa e tem mais 40 vagas em aberto para várias posições, como auxiliares, cozinheiros, enfermeiros, psicólogos, animadores e fisioterapeutas.
Inaugurado recentemente, o Domus Areeiro é o segundo projeto da empresa espanhola em território português. Em outubro de 2017, esta sociedade participada na totalidade pela construtora ACS assumiu a exploração e a gestão integral da residência sénior Domus Mater Dei, situada em Fátima, com capacidade para 60 pessoas, que tinha sido construída por outra entidade e está de portas abertas desde 2014.
No plano de negócios deste grupo, que opera nesta área sob a nova marca Clece Vitam, está a construção de mais duas unidades de dimensões semelhantes em Valença, no Alto Minho, e em São Domingos de Rana, uma freguesia do concelho de Cascais, “num total de mais de 35 milhões de euros de investimento para os próximos 20 anos”, detalha numa nota de imprensa divulgada esta quinta-feira, 12 de setembro.
O Domus Areeiro tem capacidade para mais de 100 clientes seniores em Lisboa.
“Em Portugal existe cada vez mais uma população envelhecida, mas também cada vez mais ativa. Daí que esta seja uma área estratégica para o grupo. (…) O objetivo a longo prazo será o de chegarmos às dez residências e, para isso, estamos preparados para investir tanto em infraestruturas, equipamentos e profissionais especializados”, assegura Bruno Moreira, diretor-geral da Clece no país, onde arrancou em 2007 com serviços de limpeza e conta atualmente com 2.500 trabalhadores.
Do outro lado da fronteira, o grupo gere integral ou parcialmente 145 residências e centros de dia por todo o território, contando também com esta atividade no Reino Unido. Além dos lares para a população sénior e dos “facility services”, este gigante fundado em 1992, que tem sede em Madrid, fatura cerca de 1.400 milhões de euros por ano e emprega mais de 75 mil pessoas, está presente, entre outros, nos setores educativo, industrial, aeroportuário, financeiro ou hospitalar.
“O objetivo a longo prazo será o de chegarmos às dez residências e, para isso, estamos preparados para investir tanto em infraestruturas, equipamentos e profissionais especializados.BRUNO MOREIRA, DIRETOR-GERAL DA CLECE PORTUGAL”
Com os lares do sistema público e o terceiro setor, através das IPSS, a assegurarem ainda o essencial da resposta a uma população cada vez mais idosa, Portugal está no radar dos grupos internacionais especializados neste negócio, que
vale mais de 300 milhões de euros. Como o Negócios avançou, os belgas do SIS, controlados pelo milionário Phillipe Austruy, têm em curso um
investimento superior a 200 milhões de euros para criar uma rede de norte a sul do país, que envolve 14 empreendimentos e um total de mil camas.
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