CCP diz que é falta de respeito falar em subidas de salário mínimo

A Concertação Social reúne-se para discutir o relatório sobre aplicação do acordo para o salário mínimo. Há parceiros que querem discutir já valores.
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) lançou a possibilidade no final de junho quando avançou com um valor do salário mínimo nacional nacional (SMN) acima de 600 euros em 2019. Na entrevista à Antena 1 e ao “Jornal de Negócios”, António Saraiva afirmou que “é possível” que a meta definida pelo Governo fosse ultrapassada. E tal como o Dinheiro Vivo avançou, o Executivo também está disponível para ir além do valor inicialmente anunciado.
Várias confederações mostraram-se surpreendidas com as declarações do “patrão dos patrões”, sublinhando ser ainda cedo para discutir valores. Agora, o líder da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, carrega nas palavras para dizer que é uma “falta de respeito”.
“Entrar em leilões de números é negativo. É uma falta de respeito pelos trabalhadores que recebem o salário mínimo, podendo criar falsas expectativas. É uma falta de respeito pelas empresas que têm de estudar a forma de integrar esses custos”, afirmou Vieira Lopes à entrada da reunião da Concertação Social que decorre esta terça-feira, em Lisboa.
O presidente da CCP acrescenta que “determinados sectores, já pagam muito mais do que isso. Há outros para quem é difícil pagar o salário mínimo, portanto, temos de ponderar todos os dados económicos. Nós nunca discutimos números antes de setembro ou outubro.”
CGTP quer discutir valores do SMN já
A reunião desta terça-feira é para discutir o relatório sobre aplicação do acordo tripartido para o salário mínimo nacional, mas a CGTP acredita que é um bom momento.
“É inevitável que, depois do pronunciamento dos vários parceiros, provavelmente irão ser faladas as respetivas propostas que alguns deles têm. Naturalmente não poderemos deixar de referenciar a nossa proposta dos 650 euros e a sua aplicabilidade a partir de janeiro de 2019”, sublinhou o secretário-geral da Central Sindical, Arménio Carlos. Quanto à possibilidade lançada por António Saraiva, o líder da CGTP diz que “falta juntar os atos às palavras”.
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